A decisão assinala uma mudança na política de Varsóvia e poderá criar tensões com o governo liberal e pró-europeu de Donald Tusk.

Karol Nawrocki, um conservador ultranacionalista eleito com o apoio do partido Lei e Justiça (PiS), justificou o veto afirmando que os subsídios “devem ser reservados apenas aos ucranianos empenhados em trabalhar na Polónia”, para não colocar os cidadãos polacos “em desvantagem no seu próprio país”.

A lei previa a extensão dos benefícios, que incluem assistência médica e abono de família, até março de 2026.

O veto ao financiamento do Starlink foi particularmente criticado pelo governo polaco.

O ministro dos Assuntos Digitais, Krzystof Gawkowski, classificou a medida como “desastrosa” e uma “facada nas costas” da Ucrânia, alertando que poderia bloquear o acesso à internet em escolas e hospitais e que representava um “presente para as forças de Putin”. A Polónia tem financiado dezenas de milhares de terminais Starlink para a Ucrânia, com um custo anual de cerca de 45 milhões de euros. Nawrocki anunciou ainda a intenção de apresentar um projeto de lei para equiparar os “símbolos banderistas”, ligados ao nacionalista ucraniano Stepan Bandera, ao nazismo e ao comunismo. A vitória de Nawrocki e as suas primeiras ações fazem antever uma relação difícil com a coligação governamental, que, apesar de maioritária no parlamento, não possui os 60% necessários para anular um veto presidencial.