A medida representa uma escalada significativa na pressão sobre Teerão, face ao que os países europeus consideram ser o incumprimento iraniano das suas obrigações no âmbito do acordo nuclear de 2015 (JCPOA).

A decisão foi justificada pela falta de cooperação do Irão com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) e pelas preocupações com as suas elevadas reservas de urânio enriquecido. Falando em nome do E3, a diplomata britânica Barbara Woodward afirmou que foi oferecida ao Irão uma extensão do prazo caso tomasse “medidas específicas para resolver as nossas preocupações mais imediatas”, mas Teerão “não deu nenhuma indicação” de que o faria. Apesar da ativação do mecanismo, o trio europeu insiste que a medida “não marca o fim da diplomacia” e que a “oferta de extensão continua na mesa”.

O Irão reagiu duramente, acusando o E3 de agir “em nome de Israel e dos Estados Unidos” e de prosseguir “maliciosamente uma política de pressão sobre o povo iraniano”, considerando a ação “imoral, injustificada e ilegal”.

A Rússia alinhou com o Irão, argumentando que a 'troika' europeia não tem competências para reativar as sanções.

O Conselho de Segurança da ONU tem agora 30 dias para se pronunciar, num contexto de renovadas negociações entre o Irão e os países europeus em Genebra.