A disputa evidencia as crescentes tensões transatlânticas no domínio digital e comercial.
Donald Trump prometeu “enfrentar os países que atacam as incríveis empresas tecnológicas americanas”, alegando que a legislação europeia, como a Lei dos Serviços Digitais e a Lei dos Mercados Digitais, foi concebida para “prejudicar ou discriminar a tecnologia americana”.
Em resposta, a porta-voz da Comissão, Paula Pinho, declarou que a regulação das atividades económicas é um “direito soberano da UE e dos seus Estados-membros”, acrescentando que esta questão não fazia parte do recente acordo comercial com os EUA.
Paralelamente a esta disputa regulatória, a UE tem procurado desanuviar as tensões noutras frentes.
A Comissão propôs a remoção de tarifas sobre bens industriais importados dos EUA, na expectativa de que Washington reduza as taxas aplicadas aos automóveis europeus, que atualmente enfrentam uma tarifa total de 27,5%. Esta abordagem de dupla via — firmeza na regulação digital e pragmatismo nas negociações comerciais — ilustra a complexa estratégia de Bruxelas para defender os seus interesses e valores sem desencadear uma guerra comercial total com o seu principal aliado.