O acordo, celebrado entre a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o Presidente norte-americano, Donald Trump, abrange setores estratégicos e inclui compromissos significativos da UE em compras de energia e material militar norte-americano.
O acordo comercial foi finalizado a 27 de julho na Escócia, com a declaração conjunta a ser divulgada a 21 de agosto, e as novas taxas alfandegárias de 15% começaram a ser aplicadas a 1 de setembro.
Estas tarifas são abrangentes, incidindo sobre "setores estratégicos" como o automóvel, farmacêutico, da madeira e dos semicondutores.
No entanto, o acordo prevê um regime específico para certos produtos, que beneficiarão de isenções ou taxas reduzidas, incluindo a cortiça, aeronaves e suas peças, produtos farmacêuticos genéricos e recursos naturais. Para além das tarifas, o pacto inclui um compromisso da UE para a compra de energia norte-americana no valor de 750 mil milhões de dólares, visando explicitamente substituir o gás russo. Adicionalmente, a UE comprometeu-se com um investimento de 600 mil milhões de dólares e um aumento nas aquisições de material militar dos EUA. Este acordo surge num contexto de tensões comerciais e da necessidade de realinhar as parcerias estratégicas, sendo que os EUA e a UE trocam diariamente cerca de 4,4 mil milhões de euros em bens e serviços. A Comissão Europeia defende que o acordo restaura a estabilidade, embora persista a perceção de ser um pacto assimétrico, com a UE a fazer concessões significativas para evitar uma guerra comercial mais ampla.