A iminente moção de confiança ao governo de François Bayrou, agendada para 8 de setembro, gera incerteza nos mercados e acende preocupações sobre a segunda maior economia do bloco. A instabilidade política francesa intensificou-se após o primeiro-ministro, François Bayrou, anunciar que se submeteria a uma moção de confiança devido a uma proposta de orçamento para 2026 altamente impopular, que prevê cortes de 44 mil milhões de euros.

A esquerda e a extrema-direita já indicaram que votarão contra, tornando a queda do governo quase inevitável.

Christine Lagarde sublinhou que a "ocorrência de riscos políticos tem um impacto claro" na economia e na avaliação dos mercados financeiros, e avisou que a queda de qualquer governo na zona euro seria "preocupante".

A situação financeira de França é descrita como "não crítica, mas ainda assim preocupante" pelo primeiro presidente do Tribunal de Contas, Pierre Moscovici. Em caso de queda do governo, o Presidente Emmanuel Macron poderá nomear um novo primeiro-ministro ou convocar eleições legislativas antecipadas, as segundas em menos de um ano e meio.

Bayrou, por sua vez, defende que o que está em jogo é o "destino da França", insistindo que "um país endividado é um país que já não tem a sua soberania".

A crise já agitou os mercados, com os juros da dívida soberana a disparar e a bolsa a cair, refletindo a ansiedade dos investidores perante a incerteza política numa economia central da UE.