Esta posição firme sinaliza a intenção da UE de utilizar os recursos russos imobilizados como uma ferramenta de pressão e um potencial fundo para a reconstrução ucraniana.

No final de uma reunião ministerial informal em Copenhaga, Kallas foi categórica: "É impensável que a Rússia algum dia veja este dinheiro, a não ser que recompense a Ucrânia pela destruição que provocou".

A declaração surge num contexto em que a UE explora mecanismos legais para canalizar os juros e lucros provenientes dos ativos do Banco Central Russo, congelados no âmbito das sanções, para apoiar militar e financeiramente a Ucrânia. A ex-primeira-ministra da Estónia considerou que, apesar dos esforços diplomáticos, "é óbvio que a Rússia não se está a preparar para a paz, está a preparar-se para mais guerra".

A estratégia da UE, no entanto, enfrenta desafios internos. A Hungria, governada por Viktor Orbán, interpôs um processo no Tribunal de Justiça da União Europeia contra esta decisão, argumentando que a medida viola os princípios do Tratado da UE e que o país foi injustamente excluído do processo de votação. Budapeste pede a anulação da disposição que canaliza estes fundos através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz.

Esta oposição húngara evidencia as fissuras na unidade do bloco, mas não demove a maioria dos Estados-membros, que veem nesta medida uma forma inovadora e justa de fazer a Rússia pagar pela sua agressão.