A instabilidade na segunda maior economia da Zona Euro já está a ter repercussões nos mercados e suscitou um alerta da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde.
A decisão de Bayrou de convocar um voto de confiança, numa tentativa de legitimar um impopular plano de austeridade de 44 mil milhões de euros, parece condenada ao fracasso.
A oposição, tanto à esquerda como à direita, já anunciou que votará contra, tornando a queda do executivo quase inevitável.
Esta situação coloca o Presidente Emmanuel Macron perante três cenários de risco: nomear um terceiro primeiro-ministro em pouco tempo, convocar eleições legislativas antecipadas — com o risco de um forte crescimento da extrema-direita de Marine Le Pen — ou a sua própria demissão, uma opção que já rejeitou.
A instabilidade política está a ser acompanhada de perto pelas instituições financeiras europeias.
Christine Lagarde, presidente do BCE, alertou que todos os riscos de uma queda do governo "são preocupantes" porque "têm um impacto claro na economia e na avaliação dos riscos-país pelos mercados financeiros".
O seu aviso reflete o temor de que a paralisia política em Paris possa comprometer os esforços para controlar a dívida pública francesa e, por extensão, afetar a estabilidade da Zona Euro.
O custo dos empréstimos a longo prazo para o Estado francês já atingiu valores recorde, sinalizando a apreensão dos investidores.
O primeiro-ministro Bayrou dramatizou a situação, afirmando que o que está em jogo no voto de confiança é o "destino da França".