A instabilidade já está a ter consequências económicas, com a Presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, a alertar que "a ocorrência de riscos políticos tem um impacto claro" na economia e nos mercados.

Analistas advertem para o risco de contágio.

Paulo Sande avisa que "a crise francesa, seja qual for a resposta no curto prazo (...) arrastará a Europa".

O impacto mais imediato seria na política externa comum.

Tiago André Lopes, professor de Relações Internacionais, é taxativo: "A primeira vítima parece-me evidente: Ucrânia".

A liderança ativa de Macron na "Coligação dos Dispostos" para apoiar Kiev seria fragilizada, e a instabilidade poderia "reenergizar os partidos populistas e os partidos extremistas em toda a Europa". A crise em França, um dos dois principais motores da UE, ocorre num momento crítico, em que a Europa necessita de coesão para enfrentar desafios como a guerra na Ucrânia e a reconfiguração da ordem global, tornando a situação em Paris um foco de grande preocupação para Bruxelas e outras capitais europeias.