A entrada em vigor de novas tarifas de 15% sobre produtos europeus, acordadas entre Ursula von der Leyen e Donald Trump, coexiste com um esforço conjunto para aumentar a pressão sobre a Rússia para negociar o fim da guerra na Ucrânia.

Do lado comercial, o novo quadro tarifário é visto com frustração na Europa.

O Presidente do Conselho Europeu, António Costa, admitiu que "o regresso das tarifas não é para celebrar", mas justificou a contenção da UE como uma escolha pragmática para evitar uma escalada com um aliado vital. Segundo Costa, "escalar as tensões com um aliado essencial por causa de tarifas, enquanto a nossa fronteira de leste está sob ameaça, teria sido um risco imprudente".

Esta abordagem diplomática contrasta com a cooperação ativa no dossiê ucraniano.

Numa conversa telefónica entre líderes europeus e o Presidente Trump, foi acordado "aumentar a pressão para levar Putin à mesa das negociações", incluindo pressionar a China.

Na mesma chamada, Trump expressou o seu forte descontentamento pelo facto de dois Estados-membros da UE, a Hungria e a Eslováquia, continuarem a comprar petróleo russo, uma prática que, segundo o Presidente francês Emmanuel Macron, incomodou o governo norte-americano.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou que Trump "está muito descontente" com esta situação.

Este alinhamento na política de sanções e pressão sobre Moscovo ilustra como, apesar das divergências económicas, a segurança do continente europeu força a UE e os EUA a manterem uma frente comum.