O Presidente brasileiro, Lula da Silva, manifestou otimismo, afirmando que, durante a presidência brasileira do Mercosul, "este acordo estará assinado" até ao final do ano, o que beneficiará produtores e consumidores de ambos os blocos.

Este renovado impulso político surge em paralelo com uma manobra pragmática da Comissão Europeia para ultrapassar os obstáculos à ratificação.

Bruxelas propôs um pacto provisório que permite aplicar "o mais rápido possível" a parte comercial do acordo, sem a necessidade de esperar pela aprovação individual de cada um dos 27 parlamentos nacionais, um processo que se tem revelado moroso e politicamente sensível no passado.

Segundo esta proposta, as disposições comerciais poderiam entrar em vigor, sendo que o acordo completo, incluindo as cláusulas políticas e de salvaguarda, seria ratificado posteriormente por todos os Estados-membros. A dinâmica favorável foi reforçada pela mudança de posição de Itália, cujo governo, liderado por Giorgia Meloni, deu uma "meia-volta" e passou a apoiar o acordo, depois de 25 anos de negociações.

O Presidente do Conselho Europeu, António Costa, também sublinhou a importância estratégica do pacto, afirmando que, juntamente com um acordo similar com o México, este torna a UE "mais forte" no cenário global. A concretização deste acordo criaria um dos maiores blocos económicos do mundo, com mais de 700 milhões de pessoas, e representaria uma vitória significativa para a política comercial da UE, diversificando os seus parceiros e reforçando os laços com a América Latina.