O principal motivo de preocupação é a libertação de enormes quantidades de partículas finas (PM 2,5), consideradas as mais poluentes e nocivas para a saúde humana.

Estas partículas podem ser transportadas pelas correntes de ar a longas distâncias, um fenómeno já observado no passado, como quando os incêndios no Canadá afetaram a qualidade do ar na Europa.

A situação é agravada pelo facto de os incêndios estarem a tornar-se mais frequentes e intensos devido às alterações climáticas.

Um relatório do Observatório Europeu da Neutralidade Climática (ECNO) corrobora esta preocupação, indicando que o aumento dos incêndios florestais está a enfraquecer a capacidade de absorção natural de carbono das florestas europeias, que são "essenciais na luta contra o clima". Em resposta a esta crise transfronteiriça, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou a intenção de propor a Portugal e a França a criação de um "pacto de Estado face à emergência climática", reconhecendo que a escala do problema exige uma cooperação internacional reforçada para a prevenção e combate.