Este aumento reflete uma profunda reorientação estratégica do bloco, que procura reforçar a sua capacidade de defesa coletiva. De acordo com dados da Agência Europeia de Defesa (EDA), os gastos militares do bloco já tinham atingido 343 mil milhões de euros em 2024, um aumento de 19% em relação ao ano anterior, representando 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) da UE. A tendência de crescimento é generalizada, com 25 dos 27 Estados-membros a aumentarem as suas despesas em 2024; apenas a Irlanda e Portugal registaram uma ligeira redução.
Este rearmamento acelerou significativamente após a invasão russa da Ucrânia em 2022 e está alinhado com as novas metas da NATO, que, sob pressão da administração Trump, instou os membros a dedicarem 3,5% do PIB a despesas estritamente militares e mais 1,5% a áreas relacionadas com a segurança até 2035.
A alta representante da UE para a Política Externa, Kaja Kallas, afirmou que "a Europa está a gastar quantias recorde na sua defesa, para garantir a segurança dos nossos cidadãos, e não vamos ficar por aqui". O diretor da EDA, André Denk, sublinhou que para atingir a meta de 3,5%, a UE precisará de gastar mais de 630 mil milhões de euros por ano. Em resposta a esta nova realidade, a Alemanha já admite que o Estado poderá financiar diretamente a sua indústria de defesa para aumentar a produção.