A medida, juntamente com as críticas da administração Trump às multas da UE a gigantes tecnológicos, evidencia um crescente protecionismo e um desalinhamento económico entre os dois blocos.
O acordo comercial, celebrado entre o Presidente Donald Trump e a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, aplica direitos alfandegários de 15% a uma vasta gama de produtos, incluindo setores estratégicos como o automóvel e os semicondutores, embora com exceções para áreas como a aeronáutica e produtos farmacêuticos genéricos.
O pacto também inclui o compromisso da UE de aumentar significativamente a compra de energia e material militar norte-americanos. A tensão agrava-se com as ameaças de Trump de acionar mecanismos punitivos adicionais, como a "Section 301", caso a UE não anule as multas que considera "injustas" aplicadas a empresas como a Google, que foi recentemente multada em 2,95 mil milhões de euros por abuso de posição dominante.
A Google anunciou que irá recorrer da decisão.
Do lado europeu, o Presidente do Conselho Europeu, António Costa, reconheceu a frustração, afirmando que "o regresso das tarifas não é para celebrar".
No entanto, justificou a contenção da UE, argumentando que "escalar as tensões com um aliado essencial por causa de tarifas, enquanto a nossa fronteira de leste está sob ameaça, teria sido um risco imprudente". Esta posição revela o dilema da UE, forçada a equilibrar a defesa dos seus interesses económicos com a necessidade vital de cooperação em matéria de segurança no contexto da guerra na Ucrânia.