Esta nova postura reflete a crescente pressão interna e a condenação da crise humanitária em Gaza.

Durante o seu discurso sobre o Estado da União, Ursula von der Leyen adotou um tom marcadamente mais crítico em relação a Israel, condenando a “fome provocada pelo homem” em Gaza, que, segundo ela, “nunca pode ser uma arma de guerra”.

Propôs um conjunto de medidas para pressionar Telavive, incluindo a suspensão do apoio bilateral, a interrupção de pagamentos (sem afetar a sociedade civil), sanções contra ministros extremistas e colonos violentos, e a suspensão parcial do Acordo de Associação UE-Israel em questões comerciais.

Esta posição representa uma viragem notável, dado que von der Leyen fora anteriormente criticada pelo seu silêncio e por uma postura considerada demasiado próxima de Israel.

A mudança surge num contexto mais amplo de crescente impaciência europeia.

O governo espanhol, por exemplo, anunciou nove medidas concretas para “travar o genocídio em Gaza”, que incluem um embargo total e efetivo ao comércio de armas com Israel.

Outros países, como o Reino Unido, também manifestaram a intenção de reconhecer o Estado da Palestina.

A reação de Israel foi imediata, com o ministro dos Negócios Estrangeiros a acusar von der Leyen de “ceder às pressões de fatores que prejudicam as relações entre Israel e a Europa”.