As novas propostas da Comissão Europeia e as ações dos Estados-membros visam criar uma Europa mais autónoma e resiliente perante ameaças externas.
O incidente na Polónia serviu como um catalisador, evidenciando a necessidade de uma defesa europeia mais robusta e integrada.
Em resposta, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, delineou no seu discurso sobre o Estado da União uma visão ambiciosa para a segurança do bloco.
As propostas incluem a criação de um “Semestre Europeu da Defesa” para monitorizar os projetos de defesa até 2030, um novo programa militar denominado “Vantagem Militar Qualitativa” para apoiar as forças armadas ucranianas, e uma iniciativa de vigilância do flanco oriental, que contempla a construção de um “muro de drones”.
Para além destas propostas estratégicas, a UE está a mobilizar recursos financeiros significativos.
O programa Ação Securitária para a Europa (SAFE) prevê a disponibilização de 150 mil milhões de euros em empréstimos aos Estados-membros para investimentos no setor, dos quais quase 6 mil milhões se destinam a Portugal. Paralelamente, a “Coligação de Vontades”, composta por 26 nações, comprometeu-se a formar uma “força de segurança” para garantir a estabilidade da Ucrânia no pós-guerra.
Este impulso reflete-se também na indústria, com previsões a indicarem que as aquisições militares europeias deverão ultrapassar as dos Estados Unidos em 2025, um marco histórico desde a Segunda Guerra Mundial.