A liderança de Donald Trump introduz uma dinâmica de imprevisibilidade que desafia a coesão transatlântica.

O recente acordo comercial, negociado por Ursula von der Leyen, gerou forte contestação na Europa.

Uma sondagem revelou que a maioria dos cidadãos europeus o considera uma “humilhação”, uma vez que impõe tarifas de 15% à maioria dos produtos da UE destinados aos EUA, enquanto a maioria dos produtos americanos entra no mercado europeu com isenção de taxas. Esta assimetria alimenta as críticas à presidente da Comissão, acusada de ceder excessivamente aos interesses de Washington.

No que diz respeito à Rússia, a coordenação de sanções revela-se complexa.

Embora uma delegação da UE tenha viajado para Washington para negociar um novo pacote de medidas conjuntas, persistem diferenças de abordagem. Os EUA pressionam a UE a impor tarifas de 100% à China e à Índia pela compra de petróleo russo, uma medida que Bruxelas hesita em adotar.

A reação do Presidente Trump à incursão de drones na Polónia, com uma mensagem enigmática na sua rede social – “Lá vamos nós” –, exemplifica a incerteza que paira sobre o compromisso americano com a segurança europeia. A sua administração também criticou a multa de quase 3 mil milhões de euros aplicada pela UE à Google, ameaçando com retaliações comerciais, o que agrava ainda mais o clima de desconfiança.