O discurso, proferido num contexto de crise, abordou a necessidade de autonomia estratégica em defesa, a mudança na política para o Médio Oriente e desafios internos como a crise da habitação e a desinformação.

Perante o Parlamento Europeu, von der Leyen declarou que "a Europa está em luta" pelo seu futuro e que "este deve ser o momento da independência".

A recente violação do espaço aéreo polaco pela Rússia foi classificada como "imprudente e sem precedentes", reforçando a urgência de uma defesa comum mais forte.

Para tal, anunciou a proposta de criação de um "Semestre Europeu da Defesa" para monitorizar os investimentos militares dos Estados-membros até 2030 e a criação de um "muro de drones" no flanco oriental.

Numa viragem significativa na política externa, a presidente criticou duramente Israel, afirmando que a "fome provocada pelo homem nunca pode ser uma arma de guerra" em Gaza.

Propôs a suspensão parcial do acordo de associação comercial UE-Israel e sanções contra ministros e colonos extremistas.

Internamente, von der Leyen abordou a crise da habitação, prometendo um "plano europeu de habitação acessível", e a meta de erradicar a pobreza até 2050.

No campo da agricultura, lançou a campanha "Compre produtos alimentares europeus" para apoiar os agricultores.

Outras iniciativas incluem a criação de um centro europeu de combate a incêndios sediado em Chipre, um "Escudo Europeu da Democracia" para combater a desinformação e o desenvolvimento de um "eco-carro europeu" acessível e sustentável.

O discurso foi recebido com reações mistas, com os grupos da extrema-direita e da esquerda a anunciarem moções de censura.