Esta nova postura reflete uma crescente impaciência dentro do bloco com a crise humanitária e as ações do governo israelita.

Durante o seu discurso sobre o Estado da União, von der Leyen condenou veementemente a situação em Gaza, afirmando que a "fome provocada pelo homem nunca pode ser uma arma de guerra" e que o que está a acontecer "abalou a consciência do mundo".

Anunciou a intenção de propor a suspensão do apoio bilateral da UE a Israel, a interrupção de pagamentos financeiros (excluindo a sociedade civil), a imposição de sanções contra ministros extremistas e colonos violentos, e a suspensão parcial do Acordo de Associação comercial entre a UE e Telavive.

Esta posição foi apoiada pelo Parlamento Europeu, que, numa resolução aprovada com 305 votos a favor, manifestou o seu apoio à decisão da Comissão.

A mudança de tom surge após meses de críticas à postura de von der Leyen, considerada por muitos como demasiado próxima de Israel. A nova abordagem alinha-se com a de alguns Estados-membros, como a Espanha, cujo primeiro-ministro, Pedro Sánchez, anunciou um pacote de nove medidas para "travar o genocídio em Gaza", incluindo um embargo total à venda de armas a Israel. A reação de Israel foi imediata, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar, a acusar a presidente da Comissão de "ceder a pressões" que prejudicam as relações entre Israel e a Europa.