A iniciativa visa monitorizar e coordenar os investimentos militares dos Estados-membros, estabelecendo um roteiro com objetivos claros até 2030 para reforçar a autonomia estratégica do bloco.
A proposta foi apresentada durante o discurso sobre o Estado da União, num momento de elevada tensão após a incursão de drones russos na Polónia.
Von der Leyen sublinhou a necessidade de a Europa "cuidar da sua própria defesa e segurança", afirmando que o flanco oriental "mantém toda a Europa segura". O Semestre da Defesa funcionará de forma análoga ao já existente Semestre Europeu para a coordenação das políticas económicas, permitindo um acompanhamento sistemático dos projetos de defesa comum. Para além desta medida estrutural, a Comissão propõe um novo programa de apoio ao investimento nas capacidades das forças armadas ucranianas, denominado "Vantagem Militar Qualitativa", e a criação de uma aliança de drones com a Ucrânia para garantir que o país "mantenha a vantagem e a Europa reforce a sua". Estas medidas inserem-se numa visão mais ampla de dotar a Europa de "capacidades estratégicas autónomas", que inclui também investimentos em vigilância espacial em tempo real e a construção de um "muro de drones" para proteger as fronteiras orientais. Este foco renovado na defesa reflete a perceção de que a UE precisa de se tornar um ator de segurança mais credível e menos dependente de aliados externos.