A França enfrenta uma grave crise de governabilidade após a queda do governo do primeiro-ministro François Bayrou, derrubado por uma moção de confiança devido a um plano de austeridade. A nomeação de Sébastien Lecornu como sucessor coincide com uma onda de protestos nacionais sob o lema 'Bloquer Tout' ('Bloquear Tudo'), refletindo uma profunda tensão social e política no país. A crise foi desencadeada pela apresentação de um orçamento com cortes de dezenas de milhares de milhões de euros, que levou Bayrou a pedir uma moção de confiança que perdeu de forma clara, forçando a sua demissão. O presidente Emmanuel Macron nomeou rapidamente Sébastien Lecornu, até então ministro da Defesa, como o quarto primeiro-ministro em menos de um ano, numa tentativa de restaurar a estabilidade.
No entanto, Lecornu herda um parlamento fragmentado sem maioria estável e uma sociedade em ebulição.
O movimento 'Bloquer Tout', organizado através das redes sociais, mobilizou centenas de milhares de pessoas em todo o país, com estimativas a apontarem para 197 mil manifestantes em quase mil ações de protesto, resultando em mais de 500 detenções. Os protestos visam o plano de austeridade e a liderança de Macron, com manifestantes a exigirem uma inversão das políticas de cortes. A líder da extrema-direita, Marine Le Pen, já lançou um ultimato ao novo primeiro-ministro: "Rutura ou censura", exigindo uma viragem nas políticas de imigração e finanças, e ameaçando com uma nova moção de censura, o que ilustra a difícil missão de Lecornu para encontrar uma base de apoio parlamentar.
Em resumoA instabilidade política em França atingiu um ponto crítico com a queda do governo de Bayrou e a nomeação de um novo primeiro-ministro, Sébastien Lecornu. A sua chegada é marcada por protestos massivos contra a austeridade, num cenário de parlamento fragmentado que torna a governação e a aprovação de um orçamento extremamente desafiadoras.