Desde a instabilidade em França e o crescimento da extrema-direita na Alemanha, até aos desafios em Itália, Espanha e Portugal, a tensão entre legitimidade popular e capacidade de decisão institucional está em alta.
O mapa político europeu atual é um mosaico de desafios. Em França, a queda do governo de François Bayrou e a ascensão de um novo primeiro-ministro sem maioria parlamentar sólida exemplificam uma democracia "funcional, mas à beira da paralisia".
Na Alemanha, a erosão dos partidos tradicionais coincide com o fortalecimento da AfD, refletindo uma polarização crescente.
O governo de direita em Itália, liderado por Giorgia Meloni, consolidou medidas de segurança que críticos consideram repressivas, enquanto em Espanha, o executivo de Pedro Sánchez enfrenta um ciclo de desgaste devido a investigações que fragilizaram a sua coligação. Em Portugal, o governo minoritário dos sociais-democratas tenta avançar com reformas perante uma forte oposição sindical e a ascensão do CHEGA, que complica a formação de maiorias estáveis.
Nos Países Baixos, a queda da coligação de Geert Wilders deixou o país numa administração transitória, e mesmo os países nórdicos, apesar da sua reputação de estabilidade, enfrentam dilemas como a emergência de partidos anti-imigração.
O quadro geral é de instituições que funcionam, mas com uma crescente dificuldade em responder às pressões sociais e em manter a coesão, testando as "rotinas democráticas" em todo o continente.