A União Europeia adotou um pacote de 150 mil milhões de euros em empréstimos a condições favoráveis para impulsionar as compras conjuntas de material militar e reforçar a defesa comunitária. A iniciativa, designada SAFE, visa acelerar o investimento na indústria de defesa, com Portugal a ter uma pré-alocação de 5,8 mil milhões de euros. Este novo instrumento financeiro, formalmente adotado pelo Conselho da União Europeia, faz parte de um plano mais vasto de 800 mil milhões de euros para a defesa na UE e representa um passo significativo em direção a uma maior autonomia estratégica do bloco. O programa SAFE será financiado através da emissão de dívida conjunta pela UE, que será depois transferida sob a forma de créditos aos Estados-membros que os solicitarem.
O objetivo é facilitar e incentivar a aquisição conjunta de equipamentos militares, aumentando a interoperabilidade e a eficiência dos gastos em defesa.
Os países interessados devem elaborar e apresentar os seus planos nacionais de investimento até ao final de novembro de 2025, com a Comissão Europeia a avaliar cada plano posteriormente. A expectativa é que os primeiros desembolsos ocorram no início de 2026. A criação deste mecanismo surge num contexto de crescente instabilidade geopolítica, particularmente após a invasão russa da Ucrânia, e alinha-se com as prioridades definidas pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, que apelou a um reforço das capacidades de defesa europeias, incluindo a proposta de um "Semestre Europeu da Defesa" para monitorizar os progressos nesta área.
Em resumoA UE criou o instrumento financeiro SAFE, no valor de 150 mil milhões de euros, para subsidiar a compra conjunta de equipamento militar pelos Estados-membros. Esta iniciativa, que prevê 5,8 mil milhões para Portugal, visa fortalecer a base industrial e tecnológica de defesa europeia e promover a autonomia estratégica do bloco num cenário geopolítico cada vez mais instável.