A medida, que visa forçar uma mudança de rumo na ofensiva em Gaza, representa uma das mais significativas ações de política externa do bloco no conflito. A Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, anunciou que a Comissão apresentaria "diferentes propostas para o Conselho [Estados-membros] para aumentar a pressão sobre o Governo israelita e forçá-lo a mudar de rumo porque o que está a acontecer é realmente insustentável". A proposta de suspensão parcial do acordo de associação comercial "teria um custo financeiro muito pesado" para Telavive, implicando a cessação de disposições comerciais e a revogação do princípio da nação mais favorecida para alguns produtos. A iniciativa foi também confirmada pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, no seu discurso sobre o Estado da União, no qual defendeu que a fome provocada por Israel em Gaza "não pode ser uma arma de guerra" e "tem de acabar". Von der Leyen anunciou ainda a intenção de aplicar sanções contra ministros extremistas e colonos violentos.

A posição do executivo comunitário recebeu o apoio do Parlamento Europeu, que, numa resolução aprovada por 305 votos a favor, 151 contra e 122 abstenções, manifestou o seu suporte à decisão de suspender o apoio bilateral e, parcialmente, o acordo de associação.