Este número representa 68% do total de 24.440 mortes relacionadas com o calor, evidenciando a crescente ameaça à saúde pública no continente.

A investigação, liderada por especialistas do Imperial College London e da London School of Hygiene and Tropical Medicine, analisou dados recolhidos entre 1 de junho e 31 de agosto.

Os cientistas concluíram que, devido à queima de combustíveis fósseis e à desflorestação, as temperaturas diárias nas cidades estudadas estiveram, em média, 2,2 graus Celsius acima do normal.

A Itália foi o país mais afetado, com 4.597 mortes, seguida por Espanha (2.841), Alemanha (1.477), França (1.444) e Reino Unido (1.147).

Entre as capitais, Roma (835 mortes), Atenas (630) e Paris (409) registaram os números mais elevados.

O estudo destaca a vulnerabilidade da população idosa, que representou 85% das mortes, descrevendo o calor extremo como um "assassino silencioso".

Friederike Otto, professora no Imperial College London, sublinhou a ligação inequívoca entre a utilização de combustíveis fósseis e a mortalidade: "A cadeia que vai desde a queima de petróleo, gás e carvão até ao aumento das temperaturas e à mortalidade é inegável".

Os investigadores defendem que a medida mais eficaz para conter a mortalidade é acelerar a transição para energias renováveis, afirmando que "a maioria" destas mortes poderia ter sido evitada se a dependência dos combustíveis fósseis não tivesse continuado.