Os custos a médio prazo poderão triplicar, expondo a vulnerabilidade económica do continente aos impactos climáticos.
A investigação, que utiliza dados meteorológicos e modelos económicos, estima os danos causados por eventos climáticos extremos, tornados mais frequentes e intensos pelas alterações climáticas.
O estudo considera não só as consequências diretas, como a destruição de estradas, edifícios e culturas, mas também os impactos indiretos, como perdas de produção, de vidas e custos de adaptação. Os autores sublinham que "o verdadeiro custo dos eventos extremos (...) estende-se muito para além dos seus efeitos imediatos", apontando para impactos a longo prazo como a inflação decorrente da escassez de produtos.
A análise projeta que, até 2029, os custos macroeconómicos gerados apenas pelos desastres do verão de 2025 poderão atingir os 126 mil milhões de euros. Espanha, França e Itália foram identificados como os países mais afetados, cada um com prejuízos superiores a 10 mil milhões de euros este ano. Os autores alertam que estes números estão provavelmente subestimados, pois não contabilizam efeitos cumulativos, como os incêndios, nem outros impactos indiretos, como as perdas de produtividade relacionadas com o calor, que são frequentemente omitidos pelas seguradoras.