As suas recomendações para uma "nova dinâmica" de competitividade dominaram as discussões dos ministros das Finanças europeus.
Numa intervenção em Bruxelas, um ano após a publicação do seu relatório sobre o tema, Draghi afirmou que a UE enfrenta o risco de "ficar para trás" e "resignar-se à irrelevância" se não agir com "nova velocidade, escala e intensidade". O economista italiano mostrou-se desiludido com a lentidão das instituições, declarando que é preciso obter "resultados em meses, não em anos".
Criticou a burocracia comunitária, apontando o regulamento sobre inteligência artificial (AI Act) como um exemplo de legislação desajustada ao ritmo da inovação, que "gera confusão" e penaliza as empresas europeias.
A sua análise contrastou com a narrativa oficial de Bruxelas, que tende a focar-se nos progressos regulatórios.
Segundo dados do Conselho Europeu para a Inovação Política, apenas 11,2% das 383 recomendações do seu relatório inicial foram totalmente cumpridas.
Draghi reiterou as suas propostas de reforma estrutural, incluindo a emissão conjunta de dívida para financiar projetos estratégicos, a criação de coligações de Estados-membros dispostos a avançar mais rapidamente e um reforço da dimensão federal em setores críticos como a defesa.
Alertou ainda para a dependência europeia dos Estados Unidos, que, segundo ele, fragiliza a posição negocial da UE.
A sua mensagem central foi que a "passividade tem custos" e que a incapacidade de responder com rapidez poderá condenar o continente a um papel secundário face à China e aos EUA.