O verão de 2025 deixou um rasto de destruição e custos económicos avultados na Europa, com secas recorde, incêndios devastadores e ondas de calor mortíferas. Relatórios de agências europeias e estudos científicos sublinham a crescente vulnerabilidade do continente aos impactos das alterações climáticas, com consequências diretas na economia, saúde pública e ambiente. De acordo com o Observatório Europeu da Seca (EDO), agosto foi o mês mais seco na Europa desde o início dos registos em 2012, com mais de metade (53%) do solo do continente a ser afetado pela escassez de água. A situação foi particularmente severa no Mediterrâneo Oriental e na Europa Ocidental, com Portugal a registar 70% do seu território afetado.
Esta seca extrema, combinada com altas temperaturas, alimentou incêndios florestais de grande dimensão, especialmente em Portugal e Espanha. Segundo o serviço europeu Copernicus, as emissões de carbono ligadas a estes incêndios atingiram o valor mais elevado em 23 anos, com a Península Ibérica a ser responsável por cerca de três quartos do total europeu.
Para além dos danos ambientais, o impacto humano foi dramático.
Um estudo científico liderado pelo Imperial College London estimou que cerca de 16.500 mortes em 854 cidades europeias este verão foram diretamente causadas pelo calor agravado pelas alterações climáticas.
A Itália foi o país mais afetado.
Outro estudo, da Universidade de Mannheim e do Banco Central Europeu, calculou os prejuízos económicos imediatos dos eventos climáticos extremos em 43 mil milhões de euros, um valor que poderá atingir os 126 mil milhões até 2029. Em resposta, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs a criação de um centro europeu de combate a incêndios.
Em resumoO verão de 2025 demonstrou de forma inequívoca o custo humano, ambiental e económico das alterações climáticas na Europa. Desde a seca e os incêndios que bateram recordes de emissões até às ondas de calor que ceifaram milhares de vidas e causaram perdas de milhares de milhões de euros, os eventos extremos exigem uma resposta urgente e coordenada por parte da União Europeia, tanto em mitigação como em adaptação.