Os 27 Estados-membros da União Europeia aprovaram um compromisso mínimo para a redução das suas emissões de gases com efeito de estufa até 2035, numa decisão marcada por profundas divisões internas sobre a ambição climática do bloco. Reunidos em Bruxelas, os ministros do Ambiente chegaram a um acordo sobre uma faixa de redução de emissões entre -66,25% e -72,5% em relação aos níveis de 1990. Este compromisso, descrito como uma "declaração de intenções", foi visto como uma solução de recurso para que a UE não chegasse de "mãos vazias" à Assembleia Geral da ONU e à COP30 no Brasil. A decisão final sobre a meta para 2040 foi adiada e será discutida ao nível dos chefes de Estado e de Governo no Conselho Europeu.
A proposta original da Comissão Europeia, que defendia uma redução ambiciosa de 90% até 2040, enfrenta forte resistência.
Países como a Dinamarca, Suécia e Espanha apoiam a meta, mas outros, como a Hungria e a República Checa, opõem-se, alegando a necessidade de proteger as suas indústrias.
A França mantém uma posição cautelosa.
A ministra do Ambiente portuguesa, Maria da Graça Carvalho, rejeitou a ideia de um recuo nas ambições climáticas, argumentando que os Estados-membros preferem negociar o dossier do clima de forma integrada com outras áreas como a indústria e a agricultura. Apesar das divergências, o comissário europeu Wopke Hoekstra manifestou-se "confiante" de que a UE continuará a assumir "um papel de liderança" nas metas climáticas e que um acordo sobre 2040 será alcançado antes da COP30.
Em resumoPerante profundas divisões internas, a UE acordou uma faixa mínima de redução de emissões para 2035, adiando a decisão sobre a meta de 2040 para o Conselho Europeu. Embora alguns países defendam metas ambiciosas, a oposição de outros, preocupados com o impacto industrial, forçou um compromisso que evita um vazio político em fóruns internacionais.