Centenas de milhares de manifestantes saíram às ruas em toda a França para protestar contra as políticas de austeridade do governo, num dia de greve geral que paralisou vários setores e resultou em confrontos violentos e centenas de detenções. A mobilização, convocada por uma rara união de todos os principais sindicatos franceses, reuniu entre 500 mil, segundo as autoridades, e mais de um milhão de pessoas, de acordo com os organizadores. O descontentamento foi motivado pelos cortes orçamentais de 44 mil milhões de euros previstos para 2026, propostos pelo anterior primeiro-ministro, François Bayrou, cujo governo caiu no início de setembro após perder uma moção de confiança. O novo primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, nomeado pelo Presidente Emmanuel Macron, herdou uma crise social profunda, com os sindicatos a exigirem o abandono dos planos de austeridade e mais investimento nos serviços públicos.
A greve teve um impacto significativo em setores como os transportes, escolas, hospitais e farmácias. Em Paris, os protestos degeneraram em confrontos entre manifestantes e a polícia, que utilizou gás lacrimogéneo para dispersar a multidão.
Foram erguidas barricadas e registaram-se atos de vandalismo, culminando na detenção de mais de 300 pessoas a nível nacional e em vários feridos, incluindo polícias e jornalistas.
Num ato simbólico, dezenas de sindicalistas invadiram pacificamente o pátio do Ministério da Economia.
A dimensão dos protestos coloca uma enorme pressão sobre o novo governo, que agora terá de negociar com os sindicatos para tentar acalmar a agitação social.
Em resumoA França foi paralisada por uma greve geral e protestos massivos contra as medidas de austeridade, reunindo entre 500 mil e um milhão de pessoas. A contestação, que resultou em confrontos e centenas de detenções, representa um enorme desafio para o recém-nomeado primeiro-ministro Sébastien Lecornu.