Esta iniciativa, detalhada pelo comissário europeu da Economia, Valdis Dombrovskis, visa contornar os complexos debates jurídicos sobre o confisco direto de ativos soberanos. O mecanismo proposto não tocaria no capital dos ativos russos, que ascendem a centenas de milhares de milhões de euros, mas sim nos "saldos de caixa que foram acomodados devido ao facto de esses ativos russos estarem imobilizados". Dombrovskis foi claro ao afirmar que Bruxelas "não está a propor a apreensão ou confiscação dos ativos soberanos russos", garantindo que a UE não pretende "tocar nos direitos da Rússia sobre esses ativos".
O montante do empréstimo será calculado com base nas necessidades financeiras da Ucrânia para os próximos dois anos, conforme avaliado pelo FMI.
A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, defendeu a medida, explicando que "a Ucrânia só pagará o empréstimo depois que a Rússia pagar as reparações".
A proposta, que poderá ser replicada por outros países do G7, recebeu reações iniciais "em geral, positivas" dos Estados-membros, mas enfrenta uma forte oposição de Moscovo. Dmitry Medvedev, ex-presidente russo, ameaçou com retaliações, afirmando que a Rússia irá "atrás dos Estados da UE [...] até ao fim do século" e que considera qualquer tentativa de apreensão "um roubo".