A decisão, no entanto, expõe as profundas divisões dentro do bloco, com países como a Alemanha a manterem uma posição mais cautelosa.

A iniciativa, que ganhou força nas últimas semanas, foi formalizada por vários países europeus, juntando-se a outros como o Reino Unido, Canadá e Austrália.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, declarou formalmente o reconhecimento perante as Nações Unidas, afirmando que “chegou o momento”.

O objetivo declarado é o de “salvaguardar a solução de dois Estados” e promover um caminho para uma “paz justa e duradoura”.

A Autoridade Palestiniana, através do seu presidente Mahmoud Abbas, aplaudiu a decisão de Portugal, considerando-a um “passo importante e necessário”.

No entanto, esta vaga de reconhecimento não é unânime na UE. A Alemanha, um aliado fundamental de Israel, reiterou a sua posição de que o reconhecimento de um Estado palestiniano deve ocorrer “mais para o fim do processo” de negociações e pressupõe a aprovação de Israel. O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadephul, sublinhou que, embora o processo “deva começar agora”, a formalização do Estado é um passo final.

Esta divergência reflete a dificuldade histórica da UE em adotar uma política externa unificada para o conflito israelo-palestiniano, enfraquecendo a sua posição como ator geopolítico coeso na região.