A Comissão Europeia propôs um pacote de medidas restritivas contra Israel, incluindo a suspensão de concessões comerciais e sanções a ministros e colonos extremistas, devido à deterioração da situação humanitária em Gaza. A iniciativa marca um endurecimento da posição de Bruxelas, embora a sua aprovação dependa de um difícil consenso entre os Estados-membros. A proposta, apresentada pela Alta Representante Kaja Kallas, visa suspender parcialmente o Acordo de Associação UE-Israel, o que implicaria a reintrodução de tarifas sobre produtos israelitas que atualmente beneficiam de acesso preferencial ao mercado único. A chefe da diplomacia europeia sublinhou que a medida “teria um custo financeiro muito pesado” para Telavive, esclarecendo que “o objetivo não é punir Israel, mas sim aliviar o sofrimento na Faixa de Gaza” e “pressionar o governo israelita a mudar de rumo”.
Adicionalmente, o plano inclui sanções direcionadas a membros do Hamas, bem como aos ministros israelitas Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich, e a colonos violentos na Cisjordânia.
A justificação da Comissão baseia-se na violação por parte de Israel dos princípios de direitos humanos e democracia, elementos essenciais do Acordo de Associação.
No entanto, a implementação destas medidas enfrenta obstáculos significativos.
A suspensão comercial requer uma maioria qualificada, enquanto as sanções individuais exigem unanimidade, algo historicamente difícil de alcançar devido à oposição de países como a Alemanha, Itália e Hungria, que mantêm um forte apoio a Israel.
O governo israelita já reagiu, advertindo que “as medidas contra Israel terão respostas em conformidade”.
Em resumoA proposta de sanções da Comissão Europeia contra Israel representa uma mudança significativa na retórica da UE, visando pressionar Telavive a alterar a sua conduta em Gaza. Contudo, a sua concretização é incerta, dependendo da superação das profundas divisões políticas entre os Estados-membros sobre o conflito no Médio Oriente.