Segundo Pawel Zerka, investigador do ECFR, “na guerra cultural de Trump, a Europa é o alvo”. A ofensiva foi “declarada abertamente” em fevereiro de 2025, quando o senador JD Vance acusou a Europa de “se afastar de valores fundamentais partilhados”. A estratégia norte-americana visa, segundo o relatório, criar uma frente comum de populistas europeus em torno de temas como a liberdade de expressão e transformar a relação transatlântica com base em valores conservadores. Exemplos concretos incluem a exclusão de líderes da UE de negociações sobre a Ucrânia, o apoio explícito a candidatos como Karol Nawrocki na Polónia, e discursos de responsáveis norte-americanos que apelam a “aliados civilizacionais” contra uma suposta “censura digital, migração em massa e restrições à liberdade religiosa” na Europa.

Apesar desta ofensiva, o relatório sublinha que o sentimento pró-europeu está em alta, com a confiança dos cidadãos na UE a atingir o nível mais elevado desde 2007.

Os autores defendem que os líderes europeus devem reconhecer que estão numa guerra cultural e responder de forma firme, usando as forças da União para prosperar num sistema internacional desestabilizado pela Casa Branca.