Convocados pelos principais sindicatos do país, os protestos visam os cortes orçamentais de 44 mil milhões de euros propostos pelo anterior governo para 2026. As manifestações reuniram entre 500 mil (segundo as autoridades) e um milhão de pessoas (segundo os sindicatos), superando mobilizações anteriores. As greves tiveram um forte impacto nos transportes, escolas, hospitais e farmácias.

Em Paris, os protestos degeneraram em confrontos entre manifestantes e a polícia, que recorreu a gás lacrimogéneo, resultando em mais de 300 detenções a nível nacional.

Num ato simbólico, dezenas de sindicalistas invadiram o pátio do Ministério da Economia. A crise política aprofundou-se com a queda do governo anterior de François Bayrou, após a aprovação de uma moção de censura.

O Presidente Emmanuel Macron nomeou rapidamente Sébastien Lecornu, mas a mudança não acalmou a contestação.

Os sindicatos prometem continuar a mobilização até que o governo recue nos seus planos de austeridade.

A instabilidade em França é vista com preocupação em Bruxelas, uma vez que a capacidade do país para implementar reformas e cumprir as regras orçamentais da UE fica comprometida, podendo afetar a estabilidade de toda a zona euro.