Num discurso contundente, Trump afirmou que a Europa está a ser "arruinada" e "devastada" pela imigração e pela aposta nas energias renováveis, que classificou como "suicídio económico". Dirigindo-se diretamente às delegações da União Europeia, declarou: "Adoro a Europa (...) E detesto vê-la a ser devastada pela energia e pela imigração, esse monstro de cauda dupla que destrói tudo à sua passagem".

O presidente norte-americano elogiou a Alemanha por recuar nas metas ambientais para reabrir centrais a carvão e considerou o conceito de "pegada de carbono" uma "fraude inventada com más intenções". Esta retórica é interpretada por um relatório do Conselho Europeu para as Relações Externas (ECFR) como parte de uma estratégia deliberada para interferir nas eleições europeias, deslocar o centro ideológico do continente para a direita e unir líderes populistas. O historiador Christian Goeschel alertou que a política de Trump de apaziguamento com Putin pode ser "catastrófica" para a Europa. Analistas sugerem que os líderes europeus devem reconhecer que estão a ser alvo desta ofensiva ideológica e responder de forma firme, defendendo um modelo europeu autónomo.

O sentimento pró-europeu, segundo dados do Eurobarómetro, tem vindo a aumentar, indicando uma vontade pública de reforçar o papel da UE face a crises globais.