Num artigo publicado no *Financial Times*, o chanceler alemão Friedrich Merz defendeu um mecanismo que permitiria à União Europeia conceder um empréstimo sem juros a Kiev, garantido pelos lucros dos ativos russos congelados no bloco.

Merz argumentou que esta medida demonstraria "perseverança" contra a agressão russa e ajudaria a "aumentar de forma sistemática e maciça os custos da agressão russa" para o Kremlin. A proposta de Merz representa uma "acentuada rutura com o ceticismo anterior de Berlim", que expressava preocupações sobre as implicações legais de tal medida. O empréstimo seria destinado a financiar equipamento militar para a Ucrânia e a fortalecer a indústria de defesa europeia, e seria inicialmente garantido pelos Estados-membros antes de ser patrocinado pelo próximo orçamento plurianual da UE. Esta mudança de postura da maior economia europeia ocorre num momento em que a Comissão Europeia analisa opções para aproveitar os 194 mil milhões de euros em bens russos retidos, principalmente no banco de depósitos belga Euroclear. A presidência dinamarquesa do Conselho da UE espera uma proposta detalhada da Comissão em outubro, reforçando a pressão para que estes fundos sejam mobilizados em apoio à Ucrânia.