Os líderes da União Europeia reuniram-se numa cimeira informal em Copenhaga para debater uma redefinição profunda da arquitetura de segurança do bloco. A agenda centrou-se no reforço da defesa comum e no apoio contínuo à Ucrânia, num contexto de crescentes ameaças híbridas por parte da Rússia. A reunião, descrita por analistas como um ponto de viragem, assinala uma mudança fundamental na prioridade da UE, tradicionalmente focada em comércio e economia, para uma postura mais assertiva em matéria de defesa e capacidades militares. O encontro decorreu sob a sombra de recentes provocações russas, incluindo incursões de drones e caças no espaço aéreo da NATO, que levaram a Dinamarca a descrever a situação como um “ataque híbrido”.
Neste contexto, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, impulsionou uma discussão sem precedentes sobre o rearmamento europeu.
Um alto responsável da UE clarificou a divisão de tarefas: “A tarefa de enviar caças é da NATO. A da UE é estar pronta para responder, aumentar a nossa prontidão e reforçar capacidades comuns diante de uma ameaça comum”.
A cimeira, que contou com a participação do primeiro-ministro Luís Montenegro e uma intervenção por videoconferência do presidente Volodymyr Zelensky, abordou as debilidades da indústria de defesa, a necessidade de aquisições conjuntas e o desenvolvimento tecnológico.
No entanto, o consenso sobre a ameaça russa não se traduziu em unanimidade quanto ao financiamento.
Países como Espanha, Países Baixos e Alemanha manifestaram reservas quanto a empréstimos adicionais para o rearmamento, num contexto de orçamentos nacionais pressionados, expondo as divisões internas que o bloco enfrenta para transformar a sua ambição de autonomia estratégica numa realidade.
Em resumoA cimeira de Copenhaga marca um momento crucial para a UE, forçando uma reorientação estratégica para a defesa em resposta à agressão russa. Embora exista consenso sobre a ameaça, persistem profundas divisões sobre o financiamento do reforço militar e o apoio à Ucrânia, desafios que definirão o futuro da integração europeia.