Esta situação testa a coesão e a capacidade de resposta do bloco perante uma nova fase da guerra híbrida conduzida por Moscovo.
Nos últimos meses, vários Estados-membros, incluindo Polónia, Roménia, Dinamarca, Alemanha e Estónia, reportaram violações do seu espaço aéreo por veículos aéreos não tripulados, resultando no encerramento temporário de importantes aeroportos como os de Copenhaga e Munique. Estes incidentes, descritos pela primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, como parte de uma "guerra híbrida", dominaram a agenda da cimeira informal de líderes da UE em Copenhaga. Em resposta, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou uma proposta para a criação de um "muro de drones", um sistema integrado de deteção, interceção e, "se necessário, neutralização" destas ameaças.
A iniciativa recebeu o que o Presidente do Conselho Europeu, António Costa, descreveu como um "apoio abrangente".
No entanto, o consenso esbate-se nos pormenores de implementação, com a Alemanha a manifestar ceticismo quanto ao prazo de execução, enquanto os países do flanco leste e nórdicos exigem urgência.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ofereceu a vasta experiência do seu país, afirmando que esta "é a mais relevante na Europa de hoje" e enviou uma equipa militar à Dinamarca para exercícios conjuntos. Em linha com uma postura mais assertiva, a Alemanha anunciou a intenção de alterar a sua legislação para permitir que as forças armadas abatam drones.
Em contraste, o Presidente russo, Vladimir Putin, desvalorizou a situação como uma "histeria" ocidental, destinada a desviar a atenção dos problemas internos da Europa, chegando a mencionar ironicamente Lisboa como um potencial alvo.














