A medida, embora largamente apoiada, enfrenta obstáculos jurídicos e a relutância de Estados-membros como a Bélgica, que alberga a maioria desses fundos.

A proposta foi um dos temas centrais na cimeira de líderes da UE em Copenhaga, onde a Presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, argumentou que a responsabilidade pelo financiamento não deve recair apenas sobre os contribuintes europeus: "Não são apenas os impostos dos nossos cidadãos que devem pagar, a Rússia também deve ser responsabilizada, uma vez que é a agressora". A ideia recebeu o apoio de vários líderes, incluindo o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, que a considerou "bem pensada", e o presidente finlandês, que a classificou como "engenhosa".

No entanto, o plano enfrenta uma resistência significativa por parte da Bélgica.

O primeiro-ministro belga, Bart De Wever, expressou preocupações sobre os riscos legais e para a estabilidade financeira, exigindo que qualquer risco associado à operação seja partilhado por todos os 27 Estados-membros e não suportado unicamente pelo país onde os ativos estão depositados, maioritariamente na câmara de compensação Euroclear.

Em resposta, von der Leyen assegurou que "é absolutamente claro que a Bélgica não pode ser o único Estado-membro a suportar o risco".

A Hungria também se perfila como um obstáculo, em linha com a sua postura crítica ao apoio à Ucrânia.

Perante a falta de consenso, a decisão final foi adiada para uma cimeira formal no final de outubro, enquanto a UE procedia ao desembolso de mais uma parcela de 4 mil milhões de euros de ajuda macrofinanceira a Kiev.