Esta fratura interna é vista como um dos maiores desafios estratégicos do bloco, minando a sua capacidade de agir de forma coesa no cenário global.
Nas recentes cimeiras europeias, os vetos húngaros têm ofuscado as discussões, gerando frustração entre os restantes líderes.
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, expressou este sentimento de forma contundente ao afirmar: "Não permitirei que um país, e certamente não permitirei que o Sr. Orbán, tome decisões sobre todo o futuro europeu".
A Hungria tem bloqueado cerca de 6,6 mil milhões de euros em ajuda militar à Ucrânia, o 19.º pacote de sanções contra a Rússia e, de forma mais notória, o início das negociações formais de adesão com Kiev. A postura de Orbán, que acusa a UE de estar a preparar "planos de guerra" e questiona a soberania da Ucrânia, é frequentemente descrita por diplomatas como a de um "cavalo de Troia" de Moscovo dentro do bloco.
A sua proximidade com o Presidente russo, Vladimir Putin, contrasta com a frente unida que a maioria dos Estados-membros tenta projetar.
A situação é agravada pela sintonia com o governo populista de Robert Fico na Eslováquia, levantando o espectro de um ressurgimento do Grupo de Visegrado como um eixo de oposição às políticas de Bruxelas. Esta obstrução constante força a UE a procurar mecanismos complexos para contornar os vetos, como a proposta de alteração das regras de votação para o alargamento, evidenciando uma vulnerabilidade estrutural no processo de tomada de decisão do bloco.














