A interceção por Israel da flotilha humanitária "Global Sumud", que incluía cidadãos de vários países europeus, gerou protestos em toda a Europa e expôs a União Europeia a críticas de inação e "cumplicidade silenciosa". O incidente pressiona as instituições europeias a adotarem uma posição mais firme, num contexto de crescente condenação da crise humanitária em Gaza. A detenção de ativistas europeus, entre os quais figuras públicas portuguesas, desencadeou uma onda de manifestações em cidades como Lisboa, Madrid, Roma e Bolonha, exigindo a sua libertação e o fim do bloqueio a Gaza. A resposta institucional da UE foi considerada tímida por muitos, levando a acusações de seletividade e de aplicação de um "duplo critério". Um artigo de opinião acusou a UE de uma "contradição profunda", contrastando a sua firmeza noutros contextos geopolíticos com a sua resignação em relação a Israel, o que "mina a sua autoridade moral".
Governos nacionais tomaram iniciativas individuais, com a Espanha a convocar a representante diplomática israelita e a pedir formalmente a Bruxelas que tomasse uma posição "a favor" dos cidadãos europeus detidos.
A nível do Parlamento Europeu, o grupo da Esquerda Europeia exigiu a "libertação imediata" dos ativistas e a realização de um debate sobre o assunto.
A pressão também se estendeu à sociedade civil organizada, com sindicatos de estivadores de vários portos europeus a reunirem-se em Génova para coordenar um boicote a navios que transportem carga militar para Israel, demonstrando uma crescente mobilização para além dos canais diplomáticos tradicionais.
Em resumoA interceção da flotilha para Gaza colocou a União Europeia numa posição desconfortável, forçando-a a confrontar as críticas sobre a sua aparente inação face à crise humanitária. A mobilização da sociedade civil e as ações de Estados-membros como a Espanha aumentam a pressão para que o bloco adote uma postura mais assertiva e coerente com os seus valores declarados de defesa do direito internacional e dos direitos humanos.