Nos últimos meses, multiplicaram-se os incidentes que colocaram em evidência a vulnerabilidade do espaço aéreo europeu.

Aeroportos em Munique (Alemanha) e Vilnius (Lituânia) foram forçados a encerrar temporariamente devido à deteção de drones e balões suspeitos. Na Dinamarca, avistamentos sobre aeroportos e bases militares foram descritos pelo governo como atos de "guerra híbrida".

Situações semelhantes ocorreram na Polónia, Roménia, Estónia e Bélgica, com vários líderes a apontarem a Rússia como a provável origem destas provocações, destinadas a testar as defesas e a semear a divisão na Europa.

O Presidente russo, Vladimir Putin, ironizou estas preocupações, afirmando que a Europa sofre de "histeria" e brincando que os drones russos não teriam capacidade para chegar a Lisboa por "não haver alvos lá".

Perante esta escalada, a resposta da UE tem sido objeto de intenso debate. Na cimeira de Copenhaga, os líderes deram um "apoio abrangente" à proposta da Comissão Europeia para a criação de um "muro de drones", um sistema integrado de deteção, interceção e neutralização. No entanto, o projeto expôs divisões: países do flanco leste, como a Letónia, defendem uma implementação rápida (12 a 18 meses), enquanto a Alemanha se mostra mais cética, apontando para um prazo de três a quatro anos. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ofereceu a vasta experiência do seu país no combate a drones para acelerar o projeto, propondo um "escudo aéreo" que proteja toda a Europa.

O ex-comandante do exército dos EUA na Europa, Ben Hodges, alertou que, de momento, a Europa "não está preparada" para este tipo de ataques, sublinhando a urgência de uma resposta coordenada e eficaz.