A proposta, apresentada pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, visa garantir um apoio financeiro estrutural a Kiev, argumentando que a Rússia, como agressora, deve ser responsabilizada pelos danos causados.

O mecanismo não prevê o confisco direto dos ativos, mas sim a utilização dos seus rendimentos para garantir um empréstimo que a Ucrânia teria de reembolsar, a menos que a Rússia pague as reparações de guerra.

Esta solução foi descrita como "bem pensada" pelo primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e elogiada como "engenhosa" pelo presidente finlandês, Alexander Stubb, refletindo um amplo apoio político entre os líderes.

Contudo, o plano enfrenta um obstáculo significativo na Bélgica, onde a maioria dos ativos russos na Europa está depositada na câmara de compensação Euroclear.

O primeiro-ministro belga, Bart De Wever, expressou fortes reservas, questionando a segurança jurídica da operação. "Quero o máximo de segurança jurídica. Quero solidariedade", afirmou, alertando para o risco de processos judiciais e para a possibilidade de outros países retirarem as suas reservas da zona euro, temendo que os seus ativos possam ser alvo de medidas semelhantes no futuro. Devido a este impasse, a discussão foi adiada para uma cimeira formal no final de outubro, onde se espera que a Comissão apresente garantias para mitigar os riscos levantados por Bruxelas.