A instabilidade política reflete a ausência de maioria absoluta do governo no parlamento desde as eleições de 2022. Lecornu, o terceiro chefe de governo desde junho de 2024, prometeu uma "rutura na substância e na forma", renunciando ao uso do artigo 49.3 da Constituição, um mecanismo que permite aprovar leis sem votação parlamentar e que foi amplamente utilizado pelos seus antecessores para passar orçamentos e a contestada reforma das pensões.
No entanto, as suas propostas orçamentais, que visam reduzir o elevado défice público, foram consideradas insuficientes pela oposição.
O líder do Partido Socialista, Olivier Faure, queixou-se de que o projeto é uma "cópia e colagem" do orçamento anterior, que incluía duras medidas de austeridade. Os socialistas mantêm a exigência de um imposto sobre os altos rendimentos, rejeitado por Lecornu, e ameaçam votar a favor de uma moção de censura. "Se a situação não mudar, caminhamos diretamente para a moção de censura", afirmou Faure, mesmo que isso implique o risco de uma nova dissolução parlamentar. A esquerda radical, através do partido França Insubmissa, também mantém a intenção de apresentar a sua própria moção de censura. A líder da extrema-direita, Marine Le Pen, elogiou a renúncia ao artigo 49.3 como "mais respeitadora da democracia", mas aguarda o discurso de política geral de Lecornu para decidir a sua posição.














