O primeiro relatório factual sobre o incidente, classificado como "excecional e grave", está prestes a ser apresentado, apontando para um fenómeno técnico inédito na Europa.
O apagão de 28 de abril foi descrito como "o mais significativo ocorrido no sistema elétrico europeu em mais de 20 anos", afetando milhões de cidadãos e causando perturbações graves em serviços essenciais como aeroportos e transportes. A investigação, conduzida por um painel de 45 peritos de operadores de rede e reguladores de 12 países, incluindo a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) de Portugal, identificou uma causa preliminar sem precedentes. Segundo a ENTSO-E, um "aumento de tensão em cascata", observado no sul de Espanha, foi seguido por desligamentos súbitos de produção, sobretudo em instalações de energias renováveis.
Este fenómeno levou à separação elétrica da Península Ibérica do sistema continental europeu, com o consequente colapso da frequência e da tensão.
A confirmação desta causa exigirá uma "análise e investigação aprofundadas", pois nunca antes um mecanismo deste tipo tinha sido identificado como a origem de um apagão na rede europeia.
O incidente levanta questões sobre a resiliência das redes elétricas perante a crescente integração de fontes de energia renováveis, que são mais intermitentes.
O relatório final, que incluirá recomendações concretas para evitar incidentes semelhantes, foi antecipado para o primeiro trimestre de 2026.














