Esta iniciativa reflete a crescente preocupação com a guerra híbrida e a vulnerabilidade das infraestruturas críticas europeias.

Nas últimas semanas, incidentes com drones levaram ao encerramento temporário de aeroportos em países como a Dinamarca, Alemanha, Polónia e Roménia, gerando perturbações significativas.

Embora a Rússia negue qualquer envolvimento, líderes europeus, como o chanceler alemão Friedrich Merz, suspeitam que Moscovo está por trás da maioria dos sobrevoos, considerando-os “tentativas de espionagem” e parte de “atos de sabotagem”. O Presidente russo, Vladimir Putin, ironizou as preocupações, afirmando que a Europa sofre de “histeria” e garantiu, em tom de brincadeira, que não tem drones “capazes de atingir Lisboa” porque “não há alvos lá”. Em resposta a esta ameaça, os líderes da UE, reunidos em cimeira em Copenhaga, deram “amplo apoio” à proposta da Comissão Europeia para criar um “muro de drones”, um sistema de defesa para detetar, intercetar e neutralizar aeronaves não tripuladas. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, cujo país possui vasta experiência no combate a drones russos, alertou que a estratégia de Moscovo visa “dividir a Europa” e ofereceu o apoio de Kiev na construção de uma barreira de defesa eficaz.

No entanto, a proposta não é consensual.

Enquanto os países do flanco leste, mais próximos da Rússia, defendem uma implementação urgente, a Alemanha manifestou reservas quanto ao custo e ao cronograma, e os países do sul temem ser deixados para trás num projeto focado na fronteira oriental.