Desde a detenção de requerentes de asilo rejeitados à luta contra o tráfico de seres humanos, os Estados-membros procuram soluções perante uma pressão migratória persistente. Numa cimeira em Munique, a Alemanha e outros oito países defenderam a criação de centros para acolher “os requerentes de asilo rejeitados que não podem ser devolvidos diretamente aos seus países”, bem como a possibilidade de “detenção indefinida para a deportação”.

Esta posição reflete um endurecimento da política migratória em várias capitais europeias.

Paralelamente, Portugal juntou-se a outros 16 países numa declaração conjunta que defende “soluções inovadoras” para combater a imigração irregular, incluindo “regimes de sanções” contra as redes de tráfico.

Os dados do Eurostat confirmam a pressão sobre o sistema, com as ordens de expulsão a aumentarem 3,6% no segundo trimestre de 2025 em comparação com o ano anterior. No entanto, a implementação de políticas de retorno eficazes enfrenta obstáculos significativos. Em Portugal, o caso de 37 cidadãos marroquinos intercetados no Algarve, que foram libertados por ter sido ultrapassado o prazo máximo de detenção de 60 dias, ilustra as “limitações impostas pela lei vigente”. O governo português admitiu a “falta objetiva de condições jurídicas, materiais e organizacionais para a execução rápida e eficaz de afastamentos coercivos”.

As tensões internas da UE são também visíveis nas queixas da Dinamarca sobre o número de imigrantes que chegam ao seu território após terem passado por Portugal, evidenciando os desafios dos movimentos secundários dentro do Espaço Schengen.