A situação expõe a dificuldade da UE em projetar uma voz unificada e influente na região.

A detenção de ativistas de Portugal, Espanha, Itália, Suécia e outros Estados-membros levou a uma forte mobilização social.

Milhares de pessoas manifestaram-se em cidades como Lisboa, Madrid, Roma e Milão, exigindo a libertação dos detidos e o fim do bloqueio a Gaza.

Em Itália, a contestação culminou numa greve geral que paralisou os transportes.

Diplomaticamente, as reações foram cautelosas, mas firmes.

O governo espanhol convocou a encarregada de negócios israelita para exigir explicações, enquanto Portugal e outros países garantiram apoio consular aos seus cidadãos.

A Esquerda Europeia pediu a “libertação imediata” dos ativistas e um debate no Parlamento Europeu.

No entanto, o incidente ocorreu num contexto em que a influência europeia na região é questionada.

Enquanto a UE manifestou a intenção de participar no comité do plano de paz proposto pelos EUA, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, descreveu a Europa como “essencialmente irrelevante”, acusando-a de ter “cedido ao terrorismo palestiniano” ao reconhecer o Estado da Palestina. Esta dissonância sublinha a posição marginal da UE num conflito em que se limita a apelar ao direito internacional, mas carece de poder para influenciar os acontecimentos no terreno.