Análises recentes apontam para uma estagnação endógena, alimentada pela guerra na Ucrânia, dependência estratégica e rigidez institucional, que ameaça o futuro do continente.
Os dados económicos ilustram uma inversão dramática nas últimas duas décadas.
Em 2008, o PIB da UE em paridade de poder de compra (13,3 triliões de euros) liderava a economia mundial, à frente dos EUA (12,8 triliões) e com mais do dobro do valor da China (6,4 triliões). Em 2024, o panorama é outro: a China lidera com 31,9 triliões, seguida pelos EUA com 25,8 triliões, enquanto a UE se encontra em terceiro lugar com 24,2 triliões.
As análises apontam três causas principais para esta paralisia europeia.
Primeiro, a guerra na Ucrânia, que encareceu a energia e corroeu a competitividade industrial.
Segundo, uma dependência estratégica de Washington que reduziu a autonomia do continente. Terceiro, uma rigidez institucional e produtiva que trava a inovação e o aumento da produtividade.
Em contraste, os EUA, apesar de também enfrentarem a ascensão chinesa, reagiram expandindo a sua base tecnológica.
A conclusão é que a paralisia europeia é endógena, com o continente a ter perdido “a coragem de reinventar-se”.
Perante uma ordem mundial multipolar, a Europa arrisca a sua própria “certidão de irrelevância” se não recuperar a autonomia estratégica, revitalizar a sua base produtiva e reconstruir a coesão interna.














