A iniciativa legislativa reflete a agenda conservadora do governo e visa, segundo os seus proponentes, combater o fundamentalismo e a criação de “sociedades paralelas”.

A proposta de lei, assinada por deputados proeminentes do FdI, prevê a proibição do “uso de roupas que cubram o rosto, máscaras ou qualquer outro meio que dificulte o reconhecimento pessoal” em locais como estabelecimentos de ensino, escritórios e espaços públicos. A deputada Sara Kelany justificou a medida como uma forma de “contrariar a criação de enclaves, sociedades paralelas onde se aplica a ‘sharia’ e não o ordenamento jurídico italiano”.

A violação desta proibição seria punida com uma multa administrativa entre 300 e 3.000 euros.

O projeto de lei inclui ainda disposições para aumentar a transparência no financiamento de locais de culto e para agravar as penas para casamentos forçados. Embora não exista em Itália uma lei específica contra o véu islâmico, uma lei de 1975 sobre o uso de capacetes já proíbe cobrir o rosto em público sem motivo justificado, sendo a sua interpretação frequentemente estendida a esta peça de vestuário. A proposta do FdI surge após uma tentativa semelhante do partido Liga, parceiro de coligação, ter sido arquivada em janeiro, demonstrando a persistência deste tema na agenda da direita italiana.